Revista Eletrônica de Direito do Centro Universitário Newton Paiva

MARTIN PERIUS HAEBERLIN JOSÉ EDUARDO AIDIKAITIS PREVIDELLI  |  DANIELLA BITENCOURT

RESUMO: O presente artigo trata da relação entre um ensino jurídico que repete modelos ultrapassados de conhecimento e a tecnologia, mais precisamente a partir da chamada Revolução 4.0, que realiza modificações na forma de interação entre as pessoas, notadamente na disponibilidade veloz da informação. Partindo da premissa de que a tecnologia não muda o modo, mas a forma como conhecemos (interações construídas de modo colaborativo e transdisciplinar), o artigo, utilizando-se de pesquisa qualitativa de caráter descritivo e exploratório, realiza uma investigação doutrinária que surge da colocação de dois problemas fundamentais: o primeiro, sobre a necessidade de um professor para o ensino jurídico; o segundo, sobre o seu perfil. Na primeira seção, analisa-se o significado da Revolução 4.0 e o porquê de ela colocar em xeque a existência e o papel do professor. Na sua segunda seção, reflete-se criticamente a partir de uma possível abordagem do problema, analisando a relação entre o processo de conhecimento e os novos meios à disposição dos professores. Na terceira e última seção, descortina-se, como produto daquela reflexão crítica, a imprescindibilidade do professor e o entendimento da mudança de seu papel. Conclui-se que, em vez de um garantidor da informação, cabe ao professor contemporâneo ensinar a processar o universo de informações disponíveis para fazer da educação jurídica uma educação voltada à alteridade, possibilitando uma formação plena, a qual abrange o exercício de uma cidadania sólida.

Palavras-chave: ensino jurídico; tecnologia; tecnologia e professor 4.0; cidadania.

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